Para iniciarmos esta discussão cabe sinalizar alguns conceitos. Segundo B.F Skinner existem as chamadas agências de controle (que tem forte poder sobre o comportamento) que influenciam diretamente no comportamento humano, que é definido por toda ação do indivíduo que é influenciado e influencia o meio em que vive. Este texto não tem por objetivo tratar de termos teóricos, mas de mostrar até que ponto somos controlados, como o próprio título já sugere.
Através desta breve conceituação pode ser compreendido as influências geradas pelas agências de controle.
1- Governo e Lei: Tem influência direta e coercitiva sobre o comportamento do indivíduo, independente da estrutura em que se dá, seja em uma tribo indígena, seja em uma grande metrópole. Sinalizando quem manda e o que se pode ou não fazer.
2- Educação: A maneira como somos criados e educados, desde a infância, nos dá a separação entre as condutas aceitáveis, que são premiadas (notas altas e méritos, por exemplo), e as que devem ser mudadas, que são punidas (notas baixas e advertêcias, por exemplo).
3- Religião: Responsável por manter padrões de "boa conduta" garantindo benefícios (reforços) para aqueles que cumprem com os mesmos. Em muitos casos, a utilização de ameaças e julgamentos é vista como algo aceitável para que as boas maneiras sejam mantidas.
4- Economia: Influenciada pela motivação dos ganhos de recursos finaceiros, capaz de sugestionar o que é bom ou ruim monetariamente falando.
5- Psicoterapia: Única agência de controle especial, pois não utiliza-se da coerção, punição, e sugestão para comportamentos mantidos por medo ou fuga de algo negativo. Esta agência provoca no indivíduo comportamentos mantidos por ganhos psíquicos, físicos e sociais.
Vale destacar ainda a cultura como capaz de camuflar as quatro primeiras agências citadas e de modificar-se para que a sobrevivência de determinada população seja mantida. Respondendo a pergunta, até que ponto somos controlados, pode ser compreendido o contra controle e como é possível utilizá-lo.
O contra controle é definifdo como a classe de comportamentos que provocam o enfrentamento às agências de controle com o intuito de se escapar das mesmas ou modificá-las, buscando tomar o controle sobre si sem influências, o que, ao final, acaba por permitir um equilíbrio entre o controle e o contra controle limitando o abuso de poder das agências, porém fazendo com que as mesmas se mantenham, como se fosse um acordo, no sentido de: "continuo sendo controlado mas te imponho limites". Conclui-se que é possível viver em uma sociedade controladora, porém a utilização do contra controle, ou seja, o questionamento e a percepção dos limites, deve ser indispensável para uma vida racional e saudável.